SALVAR, A QUALQUER HORA

26-05-2009 11:09
SALVAR, A QUALQUER HORA
João 5.16-30
pregado em 03.05.09 - Noite

Já andou numa casa de espelhos! Há muitas opções, mas todas levam a um único ponto.
Este texto tem um fluxo crescente que se inicia no versículo 16, caminha para um ápice no versículo 24, e decresce depois disso, argumentando sobre o que já foi dito, até chegar ao versículo 30.
O início da discussão passa pelo contexto anterior, e porque Jesus, ao curar no sábado, mandou que aquele ex-paralítico carregasse sua cama. Os judeus não gostaram da ousadia de Jesus, e passaram a persegui-lo.
O texto de Gn 2.2,3 diz que no sétimo dia da criação Deus descansou, concordando com o texto de Hb 4.3-10 de que Deus está no Seu “shabbat” até hoje. Jesus, porém, apresenta uma nova possibilidade e afirma que Deus trabalha até agora. É unânime a opinião, entre todos os judeus, de que Deus continua sustentando a criação, e mantendo o Seu propósito, mesmo aos sábados. Assim, Deus não pode ser acusado de trabalhar no sábado e, enquanto Deus trabalha, Jesus também trabalha...
Será que Ele pode ser acusado disso? Porque a motivação de Jesus é a ação de Deus, e para que a defesa aplicada a Deus valesse para Jesus, este deveria ser o próprio Deus. Jesus, desta forma, insiste em que “quaisquer fatores que justificam a obra contínua de Deus da criação em diante também justifica a sua” (D.A. Carson, em O Comentário de João, p 249). Isso irritou ainda mais aos líderes judaicos.
Infringir o sábado já era algo grave para o judeu, porém, igualar-se a Deus era algo impensável. E o texto explica que “cada vez mais, os judeus queriam matar a Jesus” (v 18). Ele era um perigo!

Jesus não se vê pressionado, e desenvolve um argumento extenso sobre sua relação íntima com o Pai, dizendo que faz aquilo quer vê o Pai fazer; e este, por amor, mostra tudo o que o Filho deve fazer (vv 19,20a).
Mas não pararia por ai. Haveria coisas ainda maiores para chamar a atenção dos judeus (v 20b), pois as prerrogativas de Jesus eram certamente divinas. Da mesma maneira que o Pai dá vida aos mortos, o Filho também dá vida a quem Ele quer... (v 21), e o faz de acordo com a concordância de Seu Pai, pois este lhe deu poder para julgar (v 22). É necessário que se reconheça que esse poder vem de Deus, para que todos que honrarem ao Filho, honrem diretamente ao Pai. (v 23). Meu sogro gosta muito de repetir um provérbio: Quem meu filho beija, minha boca adoça. Essa é uma aparente ilustração da relação entre Jesus e Deus. Aceitar a obra de Jesus é glorificar a Deus.
Finalmente, Jesus une a prerrogativa de dar vida à Sua capacidade de julgamento e assegura que: “Quem ouve a minha palavra (o Logos) e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (v 24). Nem é preciso esperar o último dia para experimentar um pouco da vida da ressurreição (Carson, p 257). Este é o ponto principal do argumento de Jesus, e os versículos 25 a 30 representam uma complementação ao versículo 24. Apontam, inclusive, para obras maiores (v 20) que acontecerão quando Cristo “julgar o mundo”. Neste contexto, os que fizeram o bem, são aqueles que escolheram a luz de Cristo (3.21) e os que fizeram o mal, são aqueles que amaram as trevas (3.19). Não há outra opção.
É interessante que Jesus esteja qualificado pelo Pai para julgar os seres humanos, porque Ele mesmo foi humano, e compreende as nossas vidas, dificuldades e necessidades. E o convite de Jesus é assim, humano, pessoal, e com poder divino, para alcançar àqueles que se empatizarem à sua missão: salvar, a qualquer hora, quem quer que responda com fé ao seu convite. Quem responde a Jesus, honra a Deus...
Pr. Josimar
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