Quem somos?
08-09-2009 16:19QUEM SOMOS?
Atos 11.19-26
pregado em 06.09.09 - Noite
Na PIB em Araras - SP, por ocasião do 45º aniversário.
O texto que lemos dá sequência aos acontecimentos relatados em At 8.1-4 ou, especificamente, “sobre a onda de oposição à igreja e à dispersão de muitos cristãos”. (I.Howard Marshall em: Atos, Introdução e Comentário, p 191). Acompanhado pela perseguição, o Evangelho alcançou a região da Fenícia, Chipre e, especialmente, Antioquia.
Antioquia era a terceira mais importante cidade do império romano, ficando atrás apenas de Roma e de Alexandria. Ficava na região da Síria, e se estima que nesta época possuísse cerca de 500.000 habitantes. Havia ali uma grande população judaica. (idem Howard, p191). Os judeus exilados, fugindo da perseguição, encontravam seus compatriotas nas cidades por onde passavam e lhes proclamavam o Evangelho. A grande mudança ocorreu quando alguns judeus de Chipre e de Cirene resolvem anunciar as boas novas aos gregos, em Antioquia.
A notícia da conversão dos gregos se espalhou, chegando aos ouvidos da igreja em Jerusalém, que enviou Barnabé para avaliar a veracidade e a maravilha do fato. Este, aparentemente bem surpreendido, busca Paulo em Tarso, e passam a trabalhar juntos, ensinando a igreja durante um ano; um verdadeiro privilégio, e um grande incentivo para o seu crescimento.
O resultado foi tão vívido, que os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos, ou seja, gente de Cristo.
Uma igreja chamada cristã! A grande pergunta hoje é: Quem somos?
No século XVI éramos conhecidos como os protestantes; mas quem não protesta? Já no século XX fomos chamados de crentes; mas quem não crê? Fomos chamados de “os Bíblias”, evangélicos, cristãos, mas isso não nos diferencia de grupos os mais estranhos o possível. No século XXI adotamos a alcunha de Gospel; mas quem não é? Talvez a solução fosse adotarmos o nome de Batistas; mas quem não batiza?
A verdade é que muitas vezes não sabemos sequer quem somos. Isso porque, entre outras teorias, nossa imagem pessoal é formada por um processo chamado intersubjetividade. A objetividade não é fiel. A subjetividade não é precisa. Por isso, ouvimos o que os outros pensam de nós e criamos a nossa imagem particular.
Porém, a generalização é um problema a ser transposto. Quando a mídia expõe casos de escândalos religiosos, ouvimos logo que: “todos os crentes são iguais”. Sabemos que isso não é verdade, mas muitas vezes passamos a acreditar e, conseqüentemente, a desconfiar se estamos no caminho certo. Ajuntamos um monte de lixo televisivo, midiático, etc, e queremos transformar a igreja para algo que se encaixe a esta colcha de retalhos. Se isso não ocorre, procuramos outra igreja e nos servimos de suas melhores características, como em um supermercado espiritual, e depois, sem o menor constrangimento, mudamos de “mercado” por um que seja mais em conta ou que traga novidades.
Mas, assim como nossa imagem é formada pelo que os outros dizem, precisamos ouvir o que Deus diz sobre nós. Somos, sim, e muitas vezes nos esquecemos disso, Sua imagem e semelhança. Esta imagem não pode ser confundida nem suplantada por nenhuma outra que venha embaçá-la.
Igreja é isso! Uma comunidade de pessoas em transformação, que hoje são vistas incompletas, mas que a cada dia devem expressar uma maior proximidade à imagem de Deus em nós.
Assim, quero ser chamado daquilo que Cristo está construindo em mim. E isso deve estimular a outros para se envolverem neste mesmo processo, e muitos mais, à medida que solidificamos, a cada dia, o conhecimento de quem somos.
Ser gente de Cristo não deve ser uma generalização, mas uma expressão entusiástica de uma cidade que quer ver pessoas verdadeiramente comprometidas com a expansão do Evangelho e com a imagem de Deus, em todo o tempo.
Pr. Josimar
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