Pedagogos de Deus

19-10-2009 11:16
PEDAGOGOS DE DEUS
Gálatas 3.23-25
pregado em 18.10.09 - Manhã

Que pessoas mais marcaram a sua vida? Pense um pouco e responda com sinceridade.
Não sei se você reparou, mas as pessoas que mais marcam nossas vidas são as que, de alguma maneira, e nos serviram. Elas nos ensinaram, nos conduziram, nos estimularam, nos ajudaram na caminhada do dia a dia. Foram, de certa forma, nossos professores o tempo todo. Muitas nos ensinaram coisas para toda a vida; outras nos ensinaram coisas para serem substituídas mais à frente por algo maior e melhor, de acordo com as nossas perspectivas de vida.
Mas, em todos os casos, foi preciso uma disposição pessoal para aprender. Sem disposição interior, nem o melhor e mais sábio Mestre de todos, Jesus Cristo, poderá nos ensinar.
Vamos entender o que isso tem a ver com o texto.
O contexto, iniciando no versículo 15, diz que a promessa dada por Deus aos que crêem não pode ser anulada ou superada pela Lei (referindo-se aos mandamentos – Decálogo), pois a Lei foi instituída “por causa de nossas transgressões” (v19) e o cumprimento da Lei não pode conceder vida (v21), mas apenas a promessa, “que é pela fé em Jesus Cristo”, pode conceder vida (v22). Aliás, nos lembra Spurgeon: “A lei é para os que se julgam justos, a fim de abater-lhes o orgulho; o Evangelho é para os perdidos, a fim de lhes remover o desespero.” (Charles H. Spurgeon em: Tudo pela Graça, p 27)
Porém, argumenta Paulo que a Lei não é contrária à promessa (v21), que ela teve um objetivo a cumprir, e este é que a Lei serviu como “um professor” para nossas vidas, antes que viesse a fé, ou seja, nosso encontro com a promessa: Cristo.
A idéia de que estávamos sob a custódia da Lei antes da fé (v23) carrega um sentido de proteção. “A função da lei não era, portanto, inteiramente hostil. Mesmo assim, claramente impunha uma limitação tão severa que até sua função de custódia resultou num senso de encerramento sem esperança.” (Donald Guthrie em: Gálatas, Introdução e Comentário, p 136). Por isso a fé precisava ser revelada, para nos tirar deste encarceramento.
Malcolm Smith diz que “na realidade, as exigências da lei eram simples: amor a Deus e ao próximo. Mas a religião sente-se perturbada pela simplicidade...” (Malcolm Smith em: Esgotamento Espiritual, p 23)
Assim, “a Lei serviu de aio ou tutor até Cristo, para que fossemos justificados pela fé” (v24). A palavra traduzida por aio ou tutor é “pedagogo”, ou seja, a Lei veio para nos ensinar a viver antes de Cristo. O termo pedagogo era “usado em relação a alguém que cuidasse de um menino grego e cujos deveres consistiam em escoltar a criança, por exemplo, levá-la e buscá-la na escola. Mas, além da tarefa de acompanhamento, havia deveres disciplinares, de um tipo moral.” (Idem Guthrie, p 137) Assim, o pedagogo não ensinava a “matéria da escola”, mas como comportar-se com as disciplinas do dia a dia. Era alguém presente e ativo, que compartilhava a construção do caráter da criança.
Porém, vindo o Mestre, a pedagogia da Lei cede o seu lugar à pedagogia da fé, a única que pode nos justificar. Crer em Cristo é entregar-se à Sua condução. Crer em Cristo é obedecê-lo. Crer em Cristo é liberta-se da Lei para justificação (v25). Cristo é a nossa justificação, se caminhamos pelo que aprendemos com a Lei, mas em nova vida.
Agora que já sabemos, precisamos conduzir outros à esta nova vida. Todos nós somos pedagogos de Deus. Assim como a Lei, não podemos justificar a ninguém, mas podemos apontar para o Autor da justificação.
Pr. Josimar
Voltar
Crie o seu site grátis Webnode