Pais e Filhos...

10-08-2009 11:24
PAIS E FILHOS
Efésios 6.1-4
pregado em 09.08.09 - Manhã

O que o seu filho e/ou filha serão quando crescerem? Independente de carreira, profissão ou fé, o que eles serão já está sendo formado através de quem você é para eles. As impressões que criamos em nossos filhos nunca mais serão apagadas, se bem que podem ser reeditadas.
Eles estão colocados debaixo da nossa missão, e por isso mesmo Paulo destaca que o relacionamento entre pais e filhos começa com a chamada à submissão, quando os filhos devem obedecer a seus pais (entenda-se pai e mãe). O próprio Cristo foi destacado por ter obedecido a seu Pai, e nos convoca à obediência. Hebreus 5.8,9 diz que “Embora sendo Filho, ele [Cristo] aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu; e, uma vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem...”. A obediência nos aperfeiçoa na caminhada cristã.
Mas o que é obedecer aos pais? Será que é fazer tudo o que dá na cabeça deles, sem questionamento ou sem avaliação? Será que é concordar com suas constituições culturais e emocionais a qualquer custo?
Não deve ser isso, porque um filho de um homem ímpio viveria em pecado se quisesse ser íntegro.
Paulo se refere ao cuidado de um lar cristão. A convocação é para obedecermos à nossos pais, no Senhor. A obediência é excelente, quando a ordem é criteriosa. Assim, o relacionamento de obediência deve ser construído num ambiente justo, ou seja, correto. A obediência é uma característica que transcende à nossa personalidade.
Afinal, a obediência serve para honrar pai e mãe (pais), e este é um mandamento, seguido de uma promessa, não necessariamente de longevidade física, como aponta o texto de Dt 5.16 referindo-se à entrada do povo em Canaã e à posse da terra, mas de acordo com a interpretação paulina de uma vida reconhecidamente boa, e de boa fama.
Entretanto, aos pais há uma contra partida, de forma que estes não devem irritar seus filhos. “É correto os pais exigirem obediência, mas não deve haver ‘abuso de autoridade’... Disciplina é essencial ao lar, mas esta não é constituída por regras e regulamentos desnecessários, nem por pequenas e intermináveis correções, os quais deixam os filhos ‘desanimados’.” (conf. Cl 3.21) (Francis Foulkes em, Efésios, Introdução e Comentário, p 136).
Porém, abrir mão da responsabilidade da educação não é sequer uma solução, pois os filhos devem ser criados segundo a instrução e o conselho do Senhor ou, em outras palavras, segundo a orientação da Palavra de Deus. O substantivo grego para instrução é paideia e significa “punir”, “castigar” (2 Co 6.9) ou “disciplinar” e “corrigir” (1 Co 11.32 e 2 Tm 2.25). Disciplinar é a melhor tradução para este substantivo. Para a idéia de conselho temos o substantivo nouthesia, que carrega o sentido de “admoestação” e de “correção”, e em 1 Co 10.11 conduz ao acolhimento do Antigo Testamento, ou seja, ao redirecionamento para a Palavra de Deus. Daí a tratar os filhos com brutalidade e insanidade há uma distância enorme e intransponível.
Observem que o relacionamento entre pais e filhos está colocado no desenvolvimento de todo um argumento, a saber que os filhos da luz devem refletir a luz de Cristo em todo o tempo, e expressar sabedoria e plenitude do Espírito em seus relacionamentos, sejam eles na família, na igreja ou no mundo.
Creio, assim, que o que mais pode irritar nossos filhos é o fato de perceberem que somos um no relacionamento com os outros, e outro no relacionamento familiar.
Pais e filhos, hoje Deus nos convoca a sermos parábolas vivas no relacionamento familiar, sob os holofotes de todos.
Pr. Josimar
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