E era noite...

14-09-2009 14:24
E ERA NOITE...
João 13.18-30
pregado em 13.09.09 - Noite

Em todo o seu Evangelho, João contrasta a luz e as trevas como sendo excludentes. Jesus Cristo é a luz do mundo. “Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram” [Jo 1.4,5]. O contraste a Cristo são os que estão nas trevas, rejeitam a luz, e são julgados por seus atos. E “este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más” [Jo 3.19]. Portanto, Jesus veio para iluminar àqueles que o recebessem como seu Salvador. “...Jesus disse: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” [Jo 8.12]. “Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo...” [Jo 12.35b]. Porém, para Judas, era noite. (v30)
Tudo está sob o controle de Deus. Não há nada que tenha precipitado ou atrasado o plano soberano de Deus ao entregar Jesus na cruz em nosso lugar. Quando Jesus expressa que Judas o trairia, demonstra que tinha consciência de todas as coisas. Diz que o que ocorreria, seria o cumprimento das Escrituras (v18), e serviria para que os discípulos, mais à frente, não tivessem dúvida de que Ele é Deus (v19).
Porém, há algo que incomoda neste episódio. Judas estava predestinado a trair a Jesus? Não, não há como afirmar que Judas não tivesse outra escolha. Aliás, Jesus ainda lhe dá uma última oportunidade para que mudasse de idéia quando lhe oferece um bocado de pão diretamente à boca. Porém, “Aceitar o bocado sem aceitar o amor suplicante que vinha junto significa que Judas estava endurecendo seu coração para fazer o que estava determinado a fazer – trair o Senhor” (Pfeiffer e Harrison em, Comentário Bíblico Moody – volume 4, p 213). Bruce diz que “receber do hospedeiro ou dirigente [o principal] da festa um bocado especialmente apetitoso era sinal de favor especial para o conviva” (F.F. Bruce em; João, Introdução e Comentário, p 249). Dispor o coração contra este ato de favor, era uma situação agressiva e de traição solene àquele que oferece esta distinção.
Judas, com um coração endurecido, saiu para apressar o que já havia proposto fazer. Os demais discípulos, sem entender a situação, continuaram na luz, aprendendo com Jesus lições que ainda marcariam definitivamente suas vidas. Pedro foi um dos que escolheu a luz, e esta o impactou de tal forma que, depois de alguns anos, ele distingue a diferença que isso faz em nossas vidas: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” [1Pe 2.9]
A luz, ou as trevas. Cristo, ou a noite, ou seja, uma vida de pecados. O que escolheremos?
Pr. Josimar
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