Do que mais precisamos?
26-05-2009 11:10DO QUE MAIS PRECISAMOS?
João 5.31 – 47
pregado em 17.05.09 - Noite
Os versículos anteriores afirmam que Jesus não pode fazer nada de si mesmo (vv 19;30) e, agora, muitos menos dar testemunho de si mesmo (v 31), porque isso poderia gerar um precedente enganoso, e parece que foi o que aconteceu com Simão ben Cochba, em 132 d.C., arrastando a muitos atrás de sua pregação e condenando toda uma nação à destruição por Roma.
Jesus alega uma forma diferente. O testemunho (martyria) sobre Jesus é quádruplo: é pessoal (mas este não é o principal), é humano (João Batista), é divino (dado pelo Pai através de suas obras) e é revelacional (dado pelo Pai através das Escrituras).
Jesus não procura o testemunho exclusivo de homens (v 34), mas afirma que se os judeus tivessem crido em João Batista, teriam enxergado a salvação. João Batista foi uma pequena candeia (lamparina) que iluminou a verdade por certo tempo, mas a luz verdadeira é Jesus (1.6-9).
Porém, o testemunho sobre Jesus é maior do que o pessoal e o de homens (v 36). Jesus é testificado pelas obras que realiza como enviado do Pai. “Essas ‘obras’ incluem todo o ministério de Jesus, inclusive os ‘sinais’ que apontam para uma obra culminante, a obra da redenção realizada na cruz e a exaltação do Cordeiro de Deus” (D.A. CARSON, em O Comentário de João, p 263), pois “o Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz. “Sim, para admiração de vocês, ele lhe mostrará obras ainda maiores do que estas” (v 19). “Uma vez entendido este relacionamento Pai/Filho, tudo que Jesus faz atesta simultaneamente quem ele é e quem é o Pai” (CARSON, p 263).
Além disso, o mesmo Pai revelou antecipadamente, através das Escrituras, sobre quem seria o Seu Unigênito. Os judeus procuravam a vida eterna através do conhecimento das Escrituras, mas não enxergaram a personificação da vida quando viram Jesus. O conhecimento os acusaria e os condenaria, através do próprio Moisés, que apontou para Jesus e eles, mestres da Lei, não conseguiram enxergar.
Fato é que não há conhecimento suficiente sobre Jesus que substitua uma vida relacional com Ele. Acumular conhecimento não significa (v 37,38) ouvir a Sua voz, nem ver a Sua forma, nem ter a Palavra de Deus habitando em si. É preciso vir a Jesus, e vir a Jesus representa crer no testemunho do Pai para, finalmente, glorificá-lo. A glória de Deus é o que está em foco na ação salvífica de Jesus.
Jesus não é verdadeiro simplesmente porque testemunhamos dele. Ele é verdadeiro porque há um testemunho maior sobre Ele. E esse testemunho vem do próprio Deus. Crer em Cristo é aceitar que a glória de Deus seja restabelecida, e que a glória dos homens seja colocada em seu devido lugar. A glória do Pai é o alvo a ser restaurado, e não a glória humana. O martyria de Jesus se transformará em doxa ao Pai.
E agora, do que mais precisamos para crer, se o testemunho já está completo?
Pr. Josimar
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