Antes que...

ANTES QUE...
Jo 13.31-38
pregado em 20.09.09 - Noite

Judas já havia saído, e agora Jesus poderia continuar Suas instruções e últimos ensinamentos aos que permaneceram “na luz”, ou seja, com o Mestre. E Jesus diz: “Agora o Filho do homem é glorificado, e Deus é glorificado nEle” (v31). Poucos dias antes Jesus havia declarado no templo que a hora da glorificação havia chegado [Jo 12.23]. Com Judas a caminho de realizar sua intenção, Jesus faz referência à proximidade de Sua morte e, conseqüentemente, da Sua partida deste mundo, como homem.
Chegara a hora de ensinar um novo mandamento. A primeira parte do mandamento é conhecida: “Amem-se uns aos outros” [Mc 12.28-33], mas a medida deste amor é nova; é superior: “como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros” (v34). A maneira e a intensidade do amor de Cristo por nós é o que devemos expressar, um amor que vai até às últimas conseqüências, pois ama até o fim [Jo 13.1], e dá sua própria vida. Aliás, como diz Henri Nouwen: “amar alguém significa permitir que esse alguém reaja de formas sobre as quais não temos nenhum controle” (Henri Nouwen em: Transforma Meu Pranto em Dança, p 27) Luther King diz que “...amamos os homens não porque gostamos deles, nem porque seus modos nos atraem, nem mesmo porque eles possuem algum tipo de fagulha divina. Amamos todos os homens porque Deus os ama” (apud Martin Luther King Jr., por Phillip Yancey em: Alma Sobrevivente, p 31). É a expressão do amor de Cristo que  nos identifica como discípulos de dEle (v35), ou seja, que atrai a atenção do mundo para Cristo.
Mas Pedro estava preocupado consigo, e com a separação que ocorreria. O texto dá a impressão de que ele não prestou muita atenção ao que Jesus ensinava. Ele estava mais preocupado com o que aconteceria depois, sem o Seu Mestre por perto. Sua cabeça estava longe daquele momento, e seu coração também... As perguntas que Pedro faz demonstram isso. Pedro quer saber: “Senhor, para onde vais?” (v36). Jesus estava se despedindo, falando de glorificação e de amor, mas Pedro já tinha outro plano. Ainda que não pudesse segui-Lo agora, mas se fosse preciso, morreria por (no lugar de) Seu Mestre (v37).
Contudo, Jesus diz: Pobre Pedro! “Você dará a vida por mim?”. Isso, agora, parece brincadeira. Um dia isso ocorrerá, mas hoje seu coração ainda está longe do que quero ensinar. Ouça a minha voz. Nem pra me escutar você é capaz... Mas eu lhe afirmo: “antes que o galo cante, você me negará três vezes!”.
Que decepção! Que balde de água fria... E que palavras verdadeiras.

Penso que isso se repete ainda hoje. Temos nossos próprios planos. Dizemos: Antes que eu case... antes que nossos filhos nasçam... antes que nossos filhos cresçam... antes que eu fique velho... antes que eu morra... darei a minha vida a Jesus. Percebe-se que o “antes que” dá lugar ao “depois de” facilmente, pois é o mesmo que dizer: Senhor!, depois de curtir a vida... depois de me casar... depois de me formar... depois de passar a juventude... depois de acabarem as diversões..., depois que as coisas melhorarem..., me comprometerei contigo. Mas Jesus diz: Você não percebe que está me negando? Você me nega diante de seus amigos; me nega em todo o seu tempo; me nega na sua vida...; como pode dizer que a dará por mim? Strong diz: “Semeia um ato e colherá um hábito; semeia um hábito e colherá um caráter; semeia um caráter e colherá um destino” (Augustus Hopkins Strong em: Teologia Sistemática, p 674).
Jesus viveu a medida de amor que deseja que cada um de nós vivamos. Ele se entregou por mim e por você. Não negue a Jesus hoje, mais uma vez. Entregue a sua vida a Ele. Todo aquele que ouvir a voz de Jesus, e não o negar, mas abrir a porta de seu coração, Ele entrará em sua vida, e ceará contigo, pessoalmente, para a glória de Deus Pai [Ap 3.20; interpretado].
Pr. Josimar