A benção arônica

A BENÇÃO ARÔNICA
Números 6.22-27
pregada em 25.10.09 - Manhã

A benção arônica, ou benção sacerdotal, foi determinada por Deus para que os sacerdotes (a família de Arão) a usasse para abençoar o Seu povo. “Era um aspecto importante do culto no templo de Jerusalém; e até hoje, faz parte do ritual de muitas sinagogas... pelo rabino responsável.... É também utilizada em muitas igrejas cristãs, até mesmo evangélicas”. (R.N. Champlin em: Enc. De Bíblia, Teologia e Filosofia, Vl. 1, p 498). Ela representa, definitivamente, a expressão do cuidado e do amor de Deus por Seu povo.
“A tríplice repetição do nome divino Iavé (“o Senhor”) visa ao realce e também acrescenta força à expressão no v 27: “Assim eles invocarão o meu nome sobre os israelitas”. Cada versículo transmite dois elementos da benção, e os versículos são progressivamente mais longos (no texto hebraico, o primeiro versículo tem três palavras, o segundo tem cinco, e o terceiro tem sete)” (Nota da NVI de estudos, p 218)
Podemos observar, portanto, que a ênfase da benção está no Senhor. É Ele quem a oferece e efetua. É Ele quem tem poder para dar e poder para retê-la, de acordo com a expressão do Seu amor, e da observação da Sua ordem. Ela deve ser invocada, expressando nossa fé naquele que pode cumpri-la.
Como vimos, cada versículo traz dois elementos da benção, de maneira crescente:
“O Senhor te abençoe e te guarde” (v24) – A benção de Deus pode representar o Seu favor por nós. Somos abençoados pela livre vontade de Deus, e não porque poderíamos exigir esta benção pela invocação de um jogo de palavras ou porque Deus se tornou devedor desta benção para conosco. Ela representa, assim, ao mesmo tempo, o pedido (a benção sacerdotal) e a resposta (te abençoe...) daquilo que Deus quer oferecer a nós.
O segundo aspecto deste versículo é a segurança. Estar guardado por Deus significa estar protegido de qualquer coisa. Não há lugar melhor para permanecer em momentos de alegria ou de tristeza, em momentos de bonança ou de crise. Davi pede por esta proteção no Sl 17.8 dizendo: “Protege-me como à menina dos teus olhos, esconde-me à sombra das tuas asas...”, algo que o povo de Israel veio a rejeitar em Jesus Cristo (Mt 23.37).
“O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça” (v25) – Resplandecer o rosto sobre ti pode representar a luz da face de Deus iluminando as nossas vidas. Nesta vida temos duas opções: andar na luz ou andar em trevas. Ter a certeza de que a face de Deus nos iluminará na caminhada é saber que podemos firmar os pés sobre a presença constante da direção de Deus. Quando sairmos para a sombra, perceberemos que a luz está diminuindo, e poderemos voltar para o caminho certo. Com certeza, esta é uma característica da bondade de Deus para conosco, assim como Davi expressa no Sl 4.6: “Muitos perguntam: Quem nos fará desfrutar o bem? Faze, ó Senhor, resplandecer sobre nós a luz do teu rosto.”
A graça de Deus é, sem dúvida, uma das maiores expressões de Sua bondade. Sem ela (e está associada à Sua misericórdia) não poderíamos sequer continuar a viver. A graça de Deus é essencial para justos e injustos, para fiéis e desviados, enfim, para toda a criação. Mas a graça expressa por Deus ao Seu povo requer reconhecimento e exaltação à fonte de graça. Quando entendemos que estamos debaixo do favor imerecido de Deus, nossa resposta deve ser sempre de reconhecimento e exaltação.
“O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz” (v 26) – Aquele que vira o rosto no sentido contrário de alguém o está desprezando. Voltar o rosto para alguém é sinal de favor e de aceitação. Saber que Deus volta Seu rosto para nós significa confiar de que ele se importa tanto conosco que nos ouve em nossos clamores. Davi expressa isso também no Sl 17.6 quando diz: “Eu clamo a ti, ó Deus, pois tu me respondes; inclina para mim os teus ouvidos e ouve a minha oração”.
A paz que o Senhor nos oferece em sua benção é a mais da palavra “shalom”, e significa “não a ausência de guerra, mas um estado positivo de bem-estar e de que tudo está certo. Semelhante paz provém somente da parte do Senhor” (Nota NVI de estudos, p 218). É o fruto do Espírito que expressa aquele que o tem em seu coração (Gl 5.22,23). Se lhe falta sentir esta paz, peça-a a Deus, pois Cristo mesmo é a nossa paz, com diz Ef 2.14, e lhe será dada.
“Assim, em nome do Senhor, e confiando nele, o povo invocará esta benção, e eu, o próprio Deus, os abençoarei.” (v27 - interpretado)
Eu creio que esta é uma petição totalmente atual, e que deve ser invocada dia após dia sobre o povo de Deus.
Pr. Josimar